Não éramos de muitos amigos.
Nosso primeiro encontro foi na faculdade de Letras
Até aí: Dani, Maria, Valéria e Adrielle (que logo nos abandonou)...
Era engraçado, pois chegávamos à Unipan e a Dri estava sempre lanchando, era magrinha (e é até hoje) de ruim mesmo, pensa num bicho difícil de lidar rs ... Mas de uma inteligência invejável, ela era pura a Punky: a levada da breca... Hehe
Entrar atrasada na aula já era normal. (culpa principalmente do maravilhoso cachorro quente que tinha do outro lado da rua (ah que saudade de cachorro quente com molho, aqui não tem)
Eu e a Maria sempre chegávamos juntas, afinal nosso ofício era na biblioteca da Unioeste - Cascavel, e nos orgulhávamos disso, pois trabalhar em meio a livros e acadêmicos nos enchia de experiência e conhecimento em diversas áreas. A Maria, é como uma irmã, até mesmo minha mãe, dizia : A unica amiga sua que pode me chamar de tia é ela rs, ela se achava o máximo com isso. rs A Valéria tinha vindo do interior do interior para o interior do Oeste do Paraná haha vai me esganar quando ler, mas de caipira não tinha nada, e nosso primeiro contato foi péssimo. Ela sentou no meu lugar ou eu sentei no lugar dela, algo do gênero, houve olhares de raiva, comentários maldosos e por fim ela me achou insuportável e Patty.
Mas com o tempo fomos ficando amigas e inseparáveis. Os outros não gostavam desse quarteto, acho que por que apesar de atrasadas e sair muito da sala, sempre tínhamos as melhores notas e nossos trabalhos eram o máximo. Nunca me esqueço de um seminário de literatura que apresentamos, fizemos até uma camiseta personalizada e exclusiva para o trabalho com o olho de Salvador Dali, as obras do meu pai (ele pinta surrealismo) no cenário, as luzes, o som, a gravação com a voz de um locutor amigo da Valéria de nossa adorada poesia “Ter ou Não Ter Namorado”, foi o auge. Tínhamos um pique, uma criatividade e idéias geniais.
No intervalo a gente conheceu o elefante colorido, o camundongo, e outros seres do tipo. Esses eram os apelidos que dávamos para algumas pessoas em especial. Eu não me lembro como nos referíamos para uma pessoa bem grande e loira, como era mesmo Marilu?
Não tinha coisa melhor que nos reunir na casa da Val, ver filme e chorar a tarde toda, depois tomar nicolacha hummmmm, o quê? Vocês nunca tomaram? Preparem-se para receita:
Absolut (do sabor que preferir), um pratinho com açúcar e canela misturada e limão.
Passe a rodela de limão no açúcar e canela, chupe o limão (com força rs) e mantenha o liquido do limão na boca, em seguida tome Absolut. É muito bom! Mas não pense que somos cachaceiras, pois bastava uns dois desses para sairmos da casinha, sempre fomos fraquinhas.
Depois de um tempo a Adrielle se mudou, a Valéria saiu da faculdade, e eu? Em meio a uma aula de morfossintaxe inglesa:
Blablablabla and you what your name?
I? My name is Daniele, e até agora foi só isso que entendi. Sai da sala e não voltei mais. Afinal para mim Inglês sempre foi um bicho de sete cabeças (por causa da deficiência auditiva) só comecei Letras pois amo escrever (em português rs) e jornalismo era muito caro pa. Mas depois do ocorrido, eu comecei a fazer jornalismo.
E aí na Univel encontrei novamente a Valéria. Que grude rs, depois conhecemos a Rosana. Num dia de briga entre Dani e Val, sentei no fundão, e lá estava a Rô, toda de preto que chegava se destacar no meio do meu rosa rs, aquele cheirinho de enxofre huahuahuahua abusei. Na verdade mudei o lado mal dela, passou a usar roupas coloridas, parou de fumar, e passou até a escrever em diário. Que evolução hein?
Sempre que vou à Cascavel , hoje em dia, a Rosana eu nunca deixo de ver, pois ela vem até mim, facilitando meu tempo curto, ela já até morou na minha casa em Curitiba e passamos por muitas trabalhadas.
Mesmo no jornalismo da vida não esquecemos a Maria, a única que se formou em Letras, que orgulho. A Val foi a única que se formou em Jornalismo (eu tive que me mudar para Ctba e aqui nem se fala no preço), agora estou no último ano de Economia e a Rosana está sem faculdade mas é a que mais ganha dinheiro da turma rs...
Eu casei, a Val casou e tem um fofuxo filhote, a Maria e a Rosana têm sucesso profissional , sentiu o contraste? Até parece que quem casa não tem sucesso profissional rsrs
A gente fica tempos sem se falar, mas certamente se acontece algo na vida de alguma, a outra fica sabendo. Não há ombro melhor para chorar, nem conselho melhor para se ouvir, não há no mundo amigas em que eu confie tanto.
Sem me esquecer:
Antes mesmo de conhecer a Val, a Maria e a Rosana, eu tinha (e ainda tenho) a minha comadre Pri... Ela que me agüentava no 2º grau, ela que dividia as aulas do Gilmar, os intervalos com pastel de pizza, ou até mesmo chocolate quente da escola. Era ela que eu ajudava pintar lembrancinhas (na época ela era auxiliar de profª na Tia Rafa, hoje ela é a profª mais linda que os aluninhos podem ter).
Sempre deixávamos as coisas para última hora, mas sempre se entendia e se virava. As aulas de Educação física eram uma beleza sentada no sol, o máximo que conseguíamos era enganar no ping pong, eu até dei uma de treinar vôlei, comprar joelheira, mas iludi por muito pouco tempo.
A melhor coisa do mundo era fazer cursinho no Alfa, chamar os meninos pelos números das cadeiras, escrever bilhetinhos que daria um livro, comer pingo d’ouro do Paiva, ir para bielle (na época era o “quiá”). Ahhh a festa de 15 da Pri quem poderia esquecer rs . São coisas da pré história PriDani que nunca vou apagar na minha vida.
Eu sempre dizia que queria me casar com 18 anos, ela sempre ria da minha cara, e quem diria: ela foi madrinha do meu casamento (com 26 anos) coisa pouca depois do esperado haha
Dá vontade de chorar.
Sinto muita falta de estar perto, de poder conversar, de dar meu apoio. Por que nada nesse mundo substitui a nossa confiança, a nossa parceria, a nossa compreensão.
Mesmo longe eu sempre vou tê-las aqui dentro.